Apesar de todo o barulho em torno do limite da dívida dos EUA e das negociações para evitar um calote, o dólar estendeu os ganhos durante a semana encerrada em 26 de maio. A alta do dólar levou o euro, a libra esterlina, o dólar australiano e o iene japonês a cair.
Os temores renovados de aumento das taxas acabaram sendo o principal catalisador do mercado de câmbio, elevando o dólar em quase um por cento ao longo da semana encerrada em 26 de maio. Após as dicas de Jerome Powell de uma pausa, os mercados fizeram uma transição rápida para um possível aumento de taxa na próxima revisão, prevista para 14 de junho.
Embora as atas do Fed divulgadas na quarta-feira tenham aumentado a incerteza em relação à política monetária, comentários agressivos de autoridades do Fed ao longo da semana sugeriram que as taxas de juros nos EUA precisariam permanecer mais altas por um período prolongado. Os dados divulgados na sexta-feira mostraram que o núcleo da inflação do PCE, que exclui os preços de alimentos e energia, aumentou 0,4 por cento mês a mês em abril, contra as expectativas de que se mantenha estável em 0,3 por cento.
Nesse cenário, a ferramenta CME FedWatch mostrou a probabilidade de um aumento de 25 pontos base na taxa para 64,2 por cento na sexta-feira, de 36,8 por cento na semana anterior.
Os mercados que buscam um refúgio seguro no dólar em meio às ameaças de um calote da dívida potencialmente catastrófico apoiaram a valorização do dólar. A agência de classificação Fitch sinalizando um possível rebaixamento em caso de inadimplência também acrescentou à demanda de porto seguro pelo dólar. O agravamento dos laços políticos entre os EUA e a China e os comerciantes despejando títulos do tesouro em favor do dólar, tudo contribuiu para a recuperação do dólar.
O índice do dólar, uma medida da força do dólar em relação a uma cesta de 6 moedas, subiu 0,98 por cento durante a semana, subindo para 104,21, de 103,20 na semana anterior. Do ponto mais baixo de 102,96 atingido no início da semana, o DXY subiu de forma constante, atingindo uma alta de 104,42 na sexta-feira.
A força do dólar fez com que o par EUR/USD caísse 0,72 por cento durante a semana, para 1,0724, de 1,0802 na semana anterior. O par caiu do pico da semana de 1,0832 tocado na segunda-feira para o ponto mais baixo da semana de 1,0701 na sexta-feira, apesar da presidente do BCE, Christine Lagarde, reiterar que o banco central precisa manter as taxas de juros altas para conter a inflação no médio prazo. Dados divulgados durante a semana mostraram que a economia da Alemanha contraiu ligeiramente no primeiro trimestre de 2023, e a perspectiva de uma recessão total enfraqueceu o sentimento em relação ao euro.
A libra esterlina também perdeu 0,81% em relação ao dólar ao longo da semana. O par GBP/USD fechou a semana encerrada em 26 de maio em 1,2343, contra 1,2444 na semana anterior. O par variou entre a alta de 1,2473 tocada na segunda-feira à baixa de 1,2307 tocada na quinta-feira.
O sentimento em relação à libra esterlina permaneceu misto, já que os dados de inflação divulgados na quarta-feira mostraram que a inflação caiu para 8,7 por cento, de 10,1 por cento antes, mas não tão baixo quanto 8,1 por cento que os mercados esperavam. Pelo contrário, dados divulgados na sexta-feira mostraram que os volumes de vendas no varejo no Reino Unido aumentaram 0,5 por cento em abril, contra uma queda de 1,2 por cento em março e superando as expectativas do mercado de um crescimento de 0,3 por cento.
Apesar dos dados positivos do PMI revelarem resiliência na economia, o dólar australiano continuou pressionado pela alta exposição à China, onde os dados revelaram questionamentos sobre a força da recuperação econômica pós-pandemia. A semana encerrada em 26 de maio testemunhou a queda do dólar australiano em torno de 2% em relação ao dólar americano. O par caiu para 0,6517, de 0,6650 na semana anterior. O par caiu constantemente ao longo da semana, caindo da alta semanal de segunda-feira de 0,6669 para a baixa semanal de sexta-feira de 0,6490.
O iene também caiu acentuadamente frente ao dólar americano ao longo da semana passada em meio a uma crescente divergência na política monetária. O par USD/JPY subiu para uma alta de 140,74 na sexta-feira, antes de fechar a semana em 140,62. Em relação ao nível da semana anterior, de 137,95, a semana encerrada em 26 de maio registrou uma alta de 1,94% para o par, refletindo o forte contraste entre um Fed ainda mais voltado a políticas restritivas para conter a inflação, e um Banco do Japão ainda com uma postura contrária a do fed. O ponto mínimo do par foi de 137,49 tocado no início da semana.
Com um acordo para elevar o teto da dívida aparentemente próximo de ser concretizado, os mercados de câmbio estão se concentrando novamente no Fed, bem como na drenagem de liquidez que o aumento do limite da dívida poderia desencadear. No horizonte estão os dados de vagas de emprego JOLTS para abril, bem como os dados de PMI e empregos para o mês de maio. Atualizações sobre a inflação da Alemanha, França e Zona do Euro para o mês de maio, com vencimento na semana atual, também podem influenciar o sentimento do mercado de câmbio.
Em meio a esses desenvolvimentos e expectativas, o índice do dólar está atualmente em 103,99. O par EUR/USD subiu para 1,0728, enquanto o par GBP/USD está agora em 1,2403. O par AUD/USD subiu para 0,6518. O par USD/JPY caiu para 139,73.
